23 de janeiro de 2011

Sinto vergonha de mim!

Poesia de Cleide Canton

Sinto vergonha de mim!

Por ter sido educadora de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
Que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mimpois faço parte de um povo
que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!



"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".

Ruy Barbosa

22 de janeiro de 2011

As Cores na Maçonaria

O estudo do significado das cores, na Maçonaria, é de vital importância pois permite facilidades e melhor entendimento no estudo do Simbolismo. Elas figuram e estão presentes em todos os Ritos e em todos os Graus. É muito importante que se estude, também, o simbolismo das cores para que possamos entender o seu significado nos nossos paramentos, painéis e estandartes. Na natureza, o “Arco Iris” formado pelas gotículas de água refletindo a luz solar tem as seguintes cores (de dentro para fora): violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.

No Rito Escoces Antigo e Aceito percebemos que há uma estreita ligação entre suas cores usadas e o que está descrito acima. Assim, nesse Rito, que é composto de 33 Graus, o mesmo é dividido em cinco secções. Nelas é que aparecem as definições das cores na Maçonaria, conforme descrito abaixo:

  • A “Maçonaria Azul” compreende os Graus Simbólicos, ou seja, Aprendiz, Companheiro e Mestre.
  • A “Maçonaria Verde” que refere-se às Lojas de Perfeição, que compreende os grau do 4 ao 14.
  • A “Maçonaria Vermelha” que refere-se às Lojas Capitulares (Capítulos Rosa-Cruz), que compreende os grau do 15 ao 18.
  • A “Maçonaria Negra” que refere-se às Lojas do Conselho Kadosh, que compreende os grau do 19 ao 30.
  • A “Maçonaria Branca” que que refere-se às Lojas do Consistório e Supremo Conselho, que compreende os graus do 30 ao 33.
De acordo com Mestre Nicola Aslan, em seu Dicionário Enciclopédico, temos:

  • AZUL: é simbolicamente, na Maçonaria, a cor do céu no seu infinito, como infinita deve ser a tolerãncia condicionada nas atitudes dos Maçons nos tres primeiros graus – Aprendiz, Companheiro e Mestre.
  • VERDE: essa cor simboliza, precisamente, a transição, a passagem da “pedra cúbica” para a “pedra polida”. Esse polimento é a abertura da mente do Mestre para novos e surpreendentes conhecimentos.
  • VERMELHO: é a cor do elemento fogo. É a cor do sacrificio e do ardor que deve animar o comportamento dos Rosa-Cruzes.
  • PRETA: é a cor do luto e da tristeza que atormentam o Iniciado quando acredita que o seu desejo de excelsitude, o seu sacrifício e o seu ardor têm sido vãos.
  • BRANCA: é a cor que simboliza a paz e a serenidade do Iniciado que alcançou a plenitude da Iniciação, quando desenvolveu em si a espiritualidade pura, livre de toda sentimentalidade.
Infelizmente, é comum se ouvir em trabalhos de Mestres, sobre “Maçonaria Azul” e “Maçonaria Vermelha” informando que a vertente da Maçonaria oriunda da França, com tendências revolucionárias, é a “Maçonaria Vermelha” e a vertente mais conservadora, mais comportada, oriunda da Inglaterra, é a “Maçonaria Azul”. Entretanto, essas afirmativas não encontram respaldo dos historiadores maçônicos, sérios.

14 de janeiro de 2011

A Cruz e seus Simbolismos

A Cruz e seus Simbolismos

Apesar de ter sido difundida pelo cristianismo como símbolo do sofrimento de Cristo à crucificação, a figura da cruz constitui um ícone de caráter universal e de significados diversificados, amparados por suas inúmeras variações.

É possível detectar a presença da cruz, seja de forma religiosa, mística ou esotérica, na história de povos distintos (e distantes) como os egípcios, celtas, persas, romanos, fenícios e índios americanos.

Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos opostos, um vertical e outro horizontal, que representam lados diferentes como o Sol e a Lua, o masculino e o feminino e a vida e a morte, por exemplo.

É a união dessas forças antagônicas que exprime um dos principais significado da cruz, que é o do choque de universos diferentes e seu crescimento a partir de então, traduzindo-a como um símbolo de expansão.
De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se no centro místico do cosmos, a cruz assume o papel de ponte através da qual a alma pode chegar a Deus. Dessa maneira, ela liga o mundo celestial ao terreno através da experiência da crucificação, onde as vivencias opostas encontram um ponto de intersecção e atingem a iluminação.

Cruz simples: Em sua forma básica a cruz é o símbolo perfeito da união dos opostos, mantendo seus quatro "braços" com proporções iguais. Alguns estudiosos denominam esta como Cruz Grega.

Cruz de Santo André: Símbolo da humildade e do sofrimento, recebe esse nome por causa de Santo André, que implorou a seus algozes para não ser crucificado como seu Senhor por considerar-se indigno. Acredita-se que o santo foi martirizado em uma cruz com essa forma.

Cruz de Santo Antonio (Tau): Recebeu esse nome por reproduzir a letra grega Tau. É considerada por muitos, como a cruz da profecia e do Antigo Testamento. Dentre suas muitas representações estão o martelo de duas cabeças, como sinal daquele que faz cumprir a lei divina, encontrado na cultura egípcia, e a representação da haste utilizada por Moisés para levantar a serpente no deserto.

Cruz Cristã: Definitivamente o mais conhecido símbolo cristão, que também recebe o nome de Cruz Latina. Os romanos a utilizavam para executar criminosos. Por conta disso, ela nos remete ao sacrifício que Jesus Cristo ofereceu pelos pecados das pessoas. Além da crucificação, ela representa a ressurreição e a vida eterna.

Cruz de Anu: Utilizada tanto por assírios como caldeus para representar seu deus Anu, esse símbolo sugere a irradiação da divindade em todas as direções do espaço.

Cruz Ansata: Um dos mais importantes símbolos da cultura egípcia. A Cruz Ansata consistia em um hieróglifo representando a regeneração e a vida eterna. A idéia expressa em sua simbologia é a do círculo da vida sobre a superfície da matéria inerte. Existe também a interpretação que faz uma analogia de seu formato ao homem, onde o círculo representa sua cabeça, o eixo horizontal os braços e o vertical o resto do corpo.

Cruz Gamada (Suástica): A suástica representa a energia do cosmo em movimento, o que lhe confere dois sentidos distintos: o destrógiro, onde seus "braços" movem-se para a direita e representam o movimento evolutivo do universo, e o sinistrógiro, onde ao mover-se para a esquerda nos remete a uma dinâmica involutiva. No século passado, essa cruz adquiriu má reputação ao ser associada ao movimento político-ideológico do nazismo.

Cruz Patriarcal: Outrora conhecida como Cruz de Lorena, possui um "braço" menor que representa a inscrição colocada pelos romanos na cruz de Jesus. Foi muito utilizada por bispos e príncipes da igreja cristã antiga.

Cruz de Jerusalém: Formada por um conjunto de cruzes, possui uma cruz principal ao centro, representando a lei do Antigo Testamento, e quatro menores dispostas em cantos distintos, representando o cumprimento desta lei no evangelho de Cristo. Tal cruz foi adotada pelos cruzados graças a Godofredo de Bulhão, primeiro rei cristão a pisar em Jerusalém, representando a expansão do evangelho pelos quatro cantos da terra.

Cruz da Páscoa: Chamada por alguns de Cruz Eslava, possui um "braço" superior representando a inscrição INRI, colocada durante a crucificação de Cristo, e outro inferior e inclinado, que traz um significado dúbio, dos quais se destaca a crença de que um terremoto ocorrido durante a crucificação causou sua inclinação.

Cruz do Calvário: Firmada sobre três degraus que representam a subida de Jesus ao calvário, essa cruz exalta a fé, a esperança e o amor em sua simbologia.

Cruz Rosa-Cruz: Os membros da Rosa Cruz costumam explicar seu significado interpretando-a como o corpo de um homem, que com os braços abertos saúda o Sol e com a rosa em seu peito permite que a luz ajude seu espírito a desenvolver-se e florescer. Quando colocada no centro da cruz a rosa representa um ponto de unidade.

Cruz de Malta: Emblema dos Cavaleiros de São João, que foram levados pelos turcos para a ilha de Malta. A força de seu significado vem de suas oito pontas, que expressam as forças centrípetas do espírito e a regeneração. Até hoje a Cruz de Malta é muito utilizada em condecorações militares.

Fonte: http://www.filhosdaviuva.com.br/2008/03/cruz-e-seus-simbolismos.html 

SERÁ QUE SOU IDIOTA?

SERÁ QUE SOU IDIOTA?

A Psicologia (ψ) considera que um IDIOTA é aquele que possui idade mental equivalente à de uma criança de três anos.

Idiota é aquele que respeita o sinal vermelho mesmo que esteja com pressa e possa perder o horário programado.

Idiota é aquele que não trapaceia, nem mesmo que seu prejuízo seja relevante e que ninguém jamais fosse descobrir.

Idiota é aquele que se repreende a si mesmo e se contém nas palavras, muitas vezes ferindo-se internamente, para não magoar alguém que fez algo que julga errado.

Idiota é quem doa roupas para ajudar os outros, ao invés de vendê-las no comércio de roupas usadas e ganhar um "dinheirinho" com isso.

Idiota é quem deixa de beber porque vai dirigir depois e ainda justifica dizendo que não seria seguro para si e para outrem.

Idiota mesmo é aquele que não trai um juramento, deixando de aproveitar as coisas boas da vida, novas experiências e novas aventuras

Idiota é quem fica pensando, refletindo, filosofando, ao invés de agir com seus impulsos e deixar revelar suas nuances humanas e seus instintos primitivos.

Idiota é a pessoa que ajuda os demais a troco de nada, apenas por um obrigado que, algumas vezes, nem mesmo recebe.

Idiota é tudo isso e muito mais; é quem perde tempo estudando as origens da vida, a história da existência, a evolução do pensamento, em vez de curtir o momento presente.

Idiota é quem pensa na morte e considera a vida efêmera, querendo evoluir e buscar a perfeição, tornando-se homem íntegro que sublima as virtudes e suprime os vícios.

Enfim, Idiota é quem crê na existência de um Ser Supremo e quem acha que tem deveres para com a Pátria, para consigo mesmo e para com a sociedade.

Certa vez me perguntaram:

Que idade tendes?

Respondi:

Três anos, Venerável Mestre!



Fonte:

Ir\ Aderbal Nicolas Muller - A\R\B\L\S\ José Bonifácio de Andrada e Silva



Recebido por e-mail

Esse vídeo ja deu muito o que falar.....



Não sou fã da letra, mas o vídeo é muito bom...

12 de janeiro de 2011

Liber Porta Lucis

Eu contemplo um pequeno e escuro orbe, girando no abismo do espaço infinito. Ele é minúsculo entre uma miríade de outros vastos, escuro entre uma miríade de outros claros.
Eu, que compreendo em mim mesmo todo o vasto e o minúsculo, todo o claro e o escuro, mitiguei o brilho de meu esplendor indescritível, enviando V.V.V.V.V. como um raio de minha luz, como um mensageiro para o pequeno e escuro orbe.
Então V.V.V.V.V. toma a palavra e diz:
Homens e Mulheres da Terra, para vós Eu sou vindo das Idades além das Idades, do Espaço além da vossa visão; e Eu vos trago estas palavras.
Mas eles não o ouviram, pois eles não estavam prontos para recebê-las.
Mas certos homens ouviram e entenderam, e através deles far-se-á conhecido este Saber.
O menor deles, então, o servidor de todos eles, escreve este livro.
Ele escreve para aqueles que estão prontos. Assim, sabe-se se alguém está pronto, se ele for prendado com certos dons, se ele for apto por nascimento, ou por riqueza, ou por inteligência, ou por algum outro sinal manifesto. E os servidores do mestre, por sua intuição, os julgarão.
Este Conhecimento não é para todos os homens; poucos, de fato, são chamados, mas, destes, pouquíssimos são escolhidos.
Esta é a natureza da Obra.
Primeiro, há muitas e diferentes condições de vida sobre esta terra. Em todas elas, há alguma semente de dor. Quem pode escapar da doença, e da velhice, e da morte?
Nós somos vindos para salvar nossos companheiros destas coisas. Pois existe uma vida intensa, com conhecimento e extrema alegria, que é intocada por qualquer uma delas.
A esta vida nós atingimos, aqui mesmo e agora. Os adeptos, os servidores de V.V.V.V.V., chegaram até lá.
É impossível vos dizer acerca dos esplendores daquilo a que eles atingiram. Pouco a pouco, conforme vossos olhos forem ficando mais fortes, nós desvelaremos a vós a glória inefável do Caminho dos Adeptos, e seu fim inominável.
Assim como um homem subindo uma montanha íngreme perde-se da vista de seus amigos no vale, assim deve parecer o adepto. Eles dirão: Ele está perdido nas nuvens. Mas ele se regozijará à luz do sol sobre eles, e virá às neves eternas.
Ou como alguém culto pode aprender alguma linguagem secreta dos antigos, e seus amigos dirão: “Vede! Ele finge ler este livro. Mas é ininteligível. Não tem sentido.” Porém, ele se deleita na Odisséia, enquanto eles lêem coisas vãs e vulgares.
Nós vos traremos para a Verdade Absoluta, Luz Absoluta, Alegria Absoluta.
Muitos adeptos, através dos tempos, buscaram fazê-lo; mas suas palavras foram pervertidas por seus sucessores, e nova e novamente, o Véu caiu sobre o Santo dos Santos.
A vós, que ainda vagais na Corte do Profano, nós ainda não podemos revelar tudo; mas vós facilmente entendereis que as religiões do mundo são apenas símbolos e véus da Verdade Absoluta. Assim também são as filosofias. Para o adepto, vendo todas estas coisas de cima, parece não haver coisa alguma a escolher entre Buda e Maomé, entre o Ateísmo e o Teísmo.
Os muitos mudam e passam; o único permanece. Assim como madeira, carvão e ferro queimam juntos em uma única grande chama, apenas se aquela fornalha for de calor transcendente; assim, no alambique desta alquimia espiritual, se apenas o zelator soprar suficientemente sobre sua fornalha, todos os sistemas da terra são consumidos no Único Conhecimento.
Todavia, como o fogo não pode começar com ferro somente, no início um sistema pode ser conveniente para um buscador, outro para um outro.
Nós, portanto, que estamos sem as correntes da ignorância, olhamos de perto no coração do buscador e o guiamos pelo caminho que é mais apropriado para a sua natureza, até o final definitivo de todas as coisas, a realização suprema, a Vida que permanece na Luz, sim, a Vida que permanece na Luz..

Fonte: http://hadnu.org/liber-porta-lucis