12 de janeiro de 2011

Liber Porta Lucis

Eu contemplo um pequeno e escuro orbe, girando no abismo do espaço infinito. Ele é minúsculo entre uma miríade de outros vastos, escuro entre uma miríade de outros claros.
Eu, que compreendo em mim mesmo todo o vasto e o minúsculo, todo o claro e o escuro, mitiguei o brilho de meu esplendor indescritível, enviando V.V.V.V.V. como um raio de minha luz, como um mensageiro para o pequeno e escuro orbe.
Então V.V.V.V.V. toma a palavra e diz:
Homens e Mulheres da Terra, para vós Eu sou vindo das Idades além das Idades, do Espaço além da vossa visão; e Eu vos trago estas palavras.
Mas eles não o ouviram, pois eles não estavam prontos para recebê-las.
Mas certos homens ouviram e entenderam, e através deles far-se-á conhecido este Saber.
O menor deles, então, o servidor de todos eles, escreve este livro.
Ele escreve para aqueles que estão prontos. Assim, sabe-se se alguém está pronto, se ele for prendado com certos dons, se ele for apto por nascimento, ou por riqueza, ou por inteligência, ou por algum outro sinal manifesto. E os servidores do mestre, por sua intuição, os julgarão.
Este Conhecimento não é para todos os homens; poucos, de fato, são chamados, mas, destes, pouquíssimos são escolhidos.
Esta é a natureza da Obra.
Primeiro, há muitas e diferentes condições de vida sobre esta terra. Em todas elas, há alguma semente de dor. Quem pode escapar da doença, e da velhice, e da morte?
Nós somos vindos para salvar nossos companheiros destas coisas. Pois existe uma vida intensa, com conhecimento e extrema alegria, que é intocada por qualquer uma delas.
A esta vida nós atingimos, aqui mesmo e agora. Os adeptos, os servidores de V.V.V.V.V., chegaram até lá.
É impossível vos dizer acerca dos esplendores daquilo a que eles atingiram. Pouco a pouco, conforme vossos olhos forem ficando mais fortes, nós desvelaremos a vós a glória inefável do Caminho dos Adeptos, e seu fim inominável.
Assim como um homem subindo uma montanha íngreme perde-se da vista de seus amigos no vale, assim deve parecer o adepto. Eles dirão: Ele está perdido nas nuvens. Mas ele se regozijará à luz do sol sobre eles, e virá às neves eternas.
Ou como alguém culto pode aprender alguma linguagem secreta dos antigos, e seus amigos dirão: “Vede! Ele finge ler este livro. Mas é ininteligível. Não tem sentido.” Porém, ele se deleita na Odisséia, enquanto eles lêem coisas vãs e vulgares.
Nós vos traremos para a Verdade Absoluta, Luz Absoluta, Alegria Absoluta.
Muitos adeptos, através dos tempos, buscaram fazê-lo; mas suas palavras foram pervertidas por seus sucessores, e nova e novamente, o Véu caiu sobre o Santo dos Santos.
A vós, que ainda vagais na Corte do Profano, nós ainda não podemos revelar tudo; mas vós facilmente entendereis que as religiões do mundo são apenas símbolos e véus da Verdade Absoluta. Assim também são as filosofias. Para o adepto, vendo todas estas coisas de cima, parece não haver coisa alguma a escolher entre Buda e Maomé, entre o Ateísmo e o Teísmo.
Os muitos mudam e passam; o único permanece. Assim como madeira, carvão e ferro queimam juntos em uma única grande chama, apenas se aquela fornalha for de calor transcendente; assim, no alambique desta alquimia espiritual, se apenas o zelator soprar suficientemente sobre sua fornalha, todos os sistemas da terra são consumidos no Único Conhecimento.
Todavia, como o fogo não pode começar com ferro somente, no início um sistema pode ser conveniente para um buscador, outro para um outro.
Nós, portanto, que estamos sem as correntes da ignorância, olhamos de perto no coração do buscador e o guiamos pelo caminho que é mais apropriado para a sua natureza, até o final definitivo de todas as coisas, a realização suprema, a Vida que permanece na Luz, sim, a Vida que permanece na Luz..

Fonte: http://hadnu.org/liber-porta-lucis

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