22 de maio de 2010

Alquimia - A Grande Obra

Aqui vou procurar passar, de uma forma resumida, em que consistiu, e consiste, a autêntica alquimia. A maioria dos dicionários contribuiu para reforçar uma série de erros comuns, recusando-a, por considerá-la uma predecessora imadura, empírica e especulativa da química, com o único objetivo de transmutar os metais comuns em ouro. Embora seja certo que a química se desenvolveu à partir da alquimia, estas duas ciências não tem quase nada em comum. Enquanto que a química se ocupa dos fenômenos cientificamente verificáveis, a misteriosa doutrina da alquimia se refere a uma realidade escondida de ordem superior que conforma a essência que está na base de todas as verdades e religiões. A perfeição dessa essência é denominada Absoluta, pode ser percebida e compreendida como a maior Beleza de todas as Belezas, o maior Amor de todos os Amores e o mais Alto do Alto, só é necessário que a consciência se altere profundamente e passe do nível normal de percepção cotidiana (o chumbo) a um nível sutil e elevado de percepção (o ouro), de maneira que cada objeto se perceba com a forma arquetípica perfeita, contida dentro do Absoluto. A percepção da perfeição eterna do todo em todos os lugares é o que constitui a Redenção Universal. A ciência da alquimia, sagrada, secreta, antiga e profunda, também denominada a Arte Real ou Sacerdotal e Filosofia Hermética, esconde atrás de textos metafóricos e emblemas enigmáticos, os caminhos para penetrar nos segredos mais profundos da matéria e da natureza, da vida e da morte e da unidade, da eternidade e do infinito. Começarei, portanto, nos fixando no que era realmente os verdadeiros alquimistas pretendem conseguir. A alquimia não é simplesmente uma arte ou ciência que ensine a transmutar metais em ouro, mas sim, uma ciência sólida e verdadeira que ensina a conhecer o centro de todas as coisas, o que na linguagem divina significa o Espírito da Vida. Ao longo da história, os verdadeiros alquimistas, que menosprezavam as riquezas e os elogios mundanos, tentaram encontrar a Medicina Universal, a Panacéia. Essa Panacéia que, ao ser totalmente sublimada, se converte na Fonte da Juventude, a chave da Imortalidade, tanto em um sentido espiritual, como misteriosamente físico. Não só curaria todas as doenças, mas também poderia fazer com que o corpo rejuvenescesse e se convertesse finalmente em um corpo de Luz incorruptível. O Adepto, o que conseguiu o dom de Deus, receberia então, a tríplice coroa da Iluminação: Onisciência, Onipotência e Gozo do Amor de Divino. Mas muitos são os chamados e muito poucos os escolhidos, deve-se reconhecer que dentro desta minoria muitos poucos conseguiram alcançar o último objetivo. Os que assim o fizeram, constituem a Irmandade da Luz e estão vivos. Mas apesar de serem enormes as dificuldades que apresentam as doutrinas ocultas do Ocidente e do Oriente, são muito maiores as que se apresentam ao verdadeiro estudioso da alquimia. Especialmente se o que se pretende é ir além das análises superficiais que periodicamente vieram realizando os historiadores, psicólogos e outros eruditos. Se bem é certo que o estudo da alquimia através dos textos pode se tornar verdadeiramente desalentador, igual que o desesperançado estudioso pode descobrir nas pinturas alquímicas um caminho, repleto de maravilhas, para penetrar no coração da matéria. É que os alquimistas, através de suas imagens, expressaram de uma forma engenhosa e muito bela, coisas que nunca chegaram a escrever. Esta linguagem pictórica, onde todos os detalhes possuem um significado específico, exerce uma profunda fascinação sobre o observador sensível. Essa fascinação se produz sempre, independente de que as pinturas sejam compreendidas. Se o leitor contempla atentamente estas imagens, ou seja, se vai mais além da superfície, comprovará que muitas vezes correspondem a uma dimensão atemporal que se encontra em nosso interior mais profundo.

Não sei a origem e autor do texto

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